Hoje foi-me proporcionada a experiência de pintar um pau de chuva..
A caminhar para a noite a Deinha perguntou-me se não a queria ajudar a pintar um pau de chuva. Eu aceitei. Quando chego a casa dela e lhe pergunto o que haveria de pintar ela responde-me “pinta o que quiseres” e eu “mas o quê?” “algo que seja abstracto”. Eu fiquei um bocado sem saber o que fazer.. porque a minha experiencia na pintura até agora foi a de ter algo previamente definido e depois concretiza-lo. No entanto, aquela rapariga obrigou-me a puxar pela imaginação e eu lá peguei num pincel e comecei a pintar..
Primeiro comecei por uma cor. Lá pintei umas manchas ao longo do pau de chuva. Depois mudei para outra cor e continuei a pintura das manchas, até que a certa altura algumas ideias se iam formando na minha cabeça.. então lá tentei eu materializa-las. Pois sim, tentei pintar o pau de chuva de amarelo, não deu! A cor não se notava por cima do material do pau de chuva (era cartão acastanhado). Até que a Deinha deu a ideia de trocar para uma cor mais escura.. aí já funcionou. A minha ideia “prévia” teve de ser alterada. Continuei a pintura e no fim o pau de chuva ficou muito bonito, completamente abstracto, mas alegre!
No caminho para casa vim a pensar na história do pau de chuva e apercebi-me que as coisas não devem ser previamente 100% delineadas.. não é possível levar algo até ao fim sem que haja algum imprevisto, por mínimo que seja, que desvie a rota traçada. Mas ainda bem que assim é, não é? Se a vida fosse tão recta, tão definida, tão fria, não teria graça.. Não iria haver espaço para “pinceladas” de improviso que a tornam tão bonita e alegre.
É bom aproveitar a vida, sem grandes complicações.. Talvez fale um pouco de boca cheia, porque afinal sou uma mera estudante universitária que ainda tem muito para viver e aprender, mas o (pouco) que já vivi e já aprendi e me apercebi é que não adianta fazer grandes complicações, ter as coisas bem (pré)definidas, grandes planos.. porque, quer queiramos quer não, existe sempre alguma coisa que nos troca as voltas.. o que não tem necessariamente de ser mau.. Apenas será diferente..
E o “diferente”, o desconhecido, o novo, por vezes assusta a maioria das pessoas.. Assusta-as porque têm medo, porque não é tão seguro como o planeado e de tão cegas ficam, não conseguem, não se permitem a ver o que de bom essa mudança pode ter trazido.. E como não vêem, não conseguem seguir o caminho que a vida lhes abriu e mantém-se paradas no mesmo sítio até se convencerem a aceitar a “pincelada de improviso”.
Oh Deinha, o que um pau de chuva faz, está a ver? Deixaste-me aqui a divagar.. = ) Olha, mas gostei muito = ) agora só falta mostrares à malta o famoso pau de chuva =P oupa, toca a tirar fotografias e a postar =P eheh
Beijinhos a todos
Joana Nogueira